Cachinhos Dourados (recontada por Augusta Schimidt)
Muito longe daqui, num lugar encantado, vivia uma linda camponesa de cabelos cacheados. Seu nome era Cachinhos Dourados.
Certa manhã primaveril, Cachinhos Dourados resolveu passear pela floresta. Enquanto caminhava, olhando tudo ao seu redor, ouviu uma musica alegre que vinha em sua direção. Apertou o passo, até que encontrou uma casinha de tijolinhos, novinha.
Ah! Era a casa dos Três Porquinhos!
_ Olá amiguinhos, posso entrar?
Quem veio receber a menina foi Cícero, pois Prático e Heitor estavam colhendo maçãs no pomar.
Cachinhos Dourados, muito bem recebida por Cícero entrou e feliz encontrou bem ao lado do piano, Branca de Neve. Acomodou-se ali a menina e logo as duas ouviam com atenção o porquinho executar no piano uma linda e alegre canção.
Os três amiguinhos ficaram ali boas horas da manhã, tocando, cantando e dançando.
Mas como Cachinhos Dourados havia mesmo tirado o dia para passear, despediu-se dos amigos e voltou a caminhar. De repente, bem no meio do caminho...
_ Que casinha mais linda! Quem será que mora aqui?
Curiosa chegou à janela e quando ia chamar se deteve espantada. Era uma família de ursos! Papai urso bem grandão vestia uma camisa vermelha e sentado numa grande cadeira lia as ultimas noticias da floresta estampadas numa folha de palmeira, deixadas ali pelas formigas trabalhadeiras. Mamãe ursa, não tão grande como o papai, vestia uma blusa amarela e colocava nos pratos à mesa o mingau fervendo que trazia na panela. O bebe urso, bem pequeno por sinal, usava uma camiseta azul e brincava com um balde de água bem no canto da sala.
Como o mingau estava muito quente, resolveram sair um pouco até que aquilo esfriasse bem. Foram então até a casa do lobo, amigo de todos desde os tempos em que descobriu que amigos são tesouros e que mais vale o querer bem.
Cachinhos Dourados, vendo-se ali sozinha, curiosa que era abriu a porta da linda casinha e entrou pé ante pé, espantada com tudo que via. Ali era tudo certinho e bem arrumado. O prato grandão do papai urso, o prato médio da mamãe urso e o pratinho do bebe urso. As colheres também correspondiam ao tamanho da família.
O cheiro estava bom e a menina com fome, provou um tantinho de cada prato, mas como a fome apertava sentada na cadeirinha do ursinho não resistiu e comeu todo o mingau de seu prato. Cansada e com sono foi ao quarto e não menos espantada viu ali as camas muito limpas e bem arrumadas de cada um da família. Sentou-se na cama grande do papai urso, depois na cama média da mamãe ursa e finalmente deitou-se na caminha do bebe urso e adormeceu.
Quando a família chegou a casa, assustados e percebendo que alguém esteve ali, logo correram ao quarto e viram com muito medo a menina dormindo.
Quando o bebe urso viu que haviam comido todo seu mingau começou a chorar com tal força que seus berros fizeram Cachinhos Dourados acordar. Levou o maior susto, saiu correndo, passou pelos ursos feito um raio e acabou por derrubar o balde de água que estava bem no meio do caminho. Foi a maior confusão...
E a confusão não parou ali, pois na correria, já lá fora, deu tamanho encontrão no lobo que trazia uma linda cesta de frutas aos amigos em retribuição a visita e ambos foram ao chão esparramando frutas pra todo lado. Foi muito engraçado.
Riram a vontade e tudo acab ou muito bem.
Cachinhos Dourados e o lobo acabaram por ficar amigos e depois de se explicar à familia de ursos, seguiu sozinha, mas feliz pra sua casa.
Disso tudo, Cachinhos Dourados tirou uma lição... O respeito ao desconhecido também é importante para que todos se tornem amigos.